Polícia

Justiça garante transferência de mulher transexual para presídio feminino no Piauí

Divulgação

Uma mulher transexual, presa há dois dias na Penitenciária de Bom Jesus, unidade masculina, conseguiu na Justiça, nesta quinta-feira (4), a transferência para um presídio feminino.

A decisão liminar foi assinada pelo desembargador Sebastião Ribeiro Martins, que se baseou na Resolução 348 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e em decisões recentes de tribunais superiores, que asseguram às pessoas trans e travestis o direito de escolher onde cumprir pena.

Segundo o magistrado, a mulher expressou o desejo de cumprir a pena em unidade feminina, mas a escolha foi ignorada durante a audiência de custódia realizada na terça-feira (2), quando o mandado de prisão foi expedido.

O desembargador ressaltou que a aparência física da presa, nitidamente feminina, aumenta o risco de que ela sofra abusos, discriminação e violência física ou moral no presídio masculino.

"É ilegal a manutenção da paciente em estabelecimento prisional masculino, contrariamente à sua manifestação de vontade", declarou na decisão.

A transferência foi solicitada por meio de habeas corpus liminar pela Defensoria Pública do Piauí, através do defensor público Vitor de Oliveira Gonçalves Guerra, questionando a decisão da Vara Única de Avelino Lopes.

O habeas corpus liminar é um pedido de urgência que permite suspender uma ilegalidade que ameaça a liberdade de uma pessoa, garantindo uma decisão imediata antes do julgamento final do processo.