A personal trainer e influenciadora Taíssa Tucci, de 30 anos, denunciou pelas redes sociais um episódio de assédio que afirma ter sofrido a bordo de um voo da TAAG (Linhas Aéreas de Angola). O caso aconteceu no último domingo (3), durante o trajeto de Luanda, na Angola, para o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Segundo ela, os comissários de bordo a abordaram de forma constrangedora quando ela foi ao banheiro, num momento em que a maior parte da aeronave estava escura e os passageiros dormiam.
“Eu fui ao banheiro e, quando eu saí, um deles me parou, me abordou e falou: ‘ah, meu colega tava comentando como você é bonita, você é muito bonita’”, contou. Em seguida, ele questionou se ela era casada. "Eu falei 'Sou'. Ele falou: ‘ah, que pena para o seu marido’. Aí falei: não, sorte é dele tá comigo. Ele falou: ‘não, que pena porque ele vai ter que dividir’.”
Logo em seguida, segundo o relato, o comissário lamentou a existência da legislação brasileira que protege mulheres vítimas de violência doméstica.
“O que estava sentado, tinham três em pé e um sentado, falou: ‘ah, tem uma coisa no Brasil que a gente não gosta’. Aí eu falei: o quê? Ele: ‘a Lei da Penha’. Eu falei: mas a Lei Maria da Penha protege mulheres. Ele falou assim: ‘não, isso não existe não’. Aí eu falei: mas vontade da mulher tem que prevalecer, tem que ser em comum consenso. Ele falou assim: ‘não, não é assim não, isso não é bom pra gente’", relatou Taíssa.
Abalada, Taíssa disse que se sentiu paralisada e insegura para continuar no voo. “Eu nunca me senti tão intimidada e tão frágil por ser mulher […] Eu me senti impotente, porque eu não conseguia nem responder, eu fiquei com medo."
"Como pode uma companhia aérea, um lugar onde você tem que se sentir seguro, e os próprios comissários de bordo te abordarem, te fazerem esse tipo de pergunta e esse tipo de insinuação. Eu me senti muito mal. Eu não consegui levantar o voo inteiro, eu fiquei sentada, tomei 10 gotas de remédio para dormir e foi extremamente estressante a minha viagem de volta", desabafou a personal.
Ela também comentou sobre a postura da única comissária de bordo mulher presente na cena. “A única comissária de bordo mulher que tinha, ela tava sentada do meu lado, ela não falou nada."
"A minha vontade na hora foi brigar comigo mesma porque eu não consegui reagir e virar pra aquela comissária de bordo e falar: sinto muito por você ter que trabalhar com pessoas assim, porque eu fico imaginando o que ela não deve passar", lamentou.