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Morre o jornalista e radialista piauiense Weyden Cunha, aos 81 anos, referência histórica da comunicação no estado
Divulgação
O jornalismo piauiense perdeu, nesta quinta-feira (13/11), uma de suas vozes mais marcantes. O jornalista e radialista Weyden Cunha, 81 anos, morreu deixando um legado profundo na comunicação do Piauí, especialmente no rádio, onde se consolidou como um dos maiores nomes da história da Rádio Difusora de Teresina. As causas da morte não foram divulgadas, mas há muitos anos ele enfrentava problemas de saúde.
Weyden teve um episódio marcante em 2009, quando sofreu um grave AVC enquanto acompanhava o então vice-governador Wilson Martins em uma agenda no interior do estado. O comunicador passou mal durante o retorno de Santo Antônio de Lisboa, a 344 km de Teresina, sendo transferido às pressas para a capital, onde permaneceu em estado grave na UTI do Hospital São Marcos.
Um início marcado pela inquietação e pela paixão pelo conhecimento
Nascido em Teresina, Weyden Cunha viveu parte da juventude no Rio de Janeiro e em Goiânia. No Rio, aos 18 anos, formou-se no curso clássico — equivalente ao ensino médio com ênfase em Ciências Sociais — e mergulhou no movimento estudantil. Chegou a ser diretor do lendário restaurante Calabouço e estudou um ano e meio de Filosofia. Durante o início da ditadura militar, foi preso diversas vezes por sua atuação política.
Seu ingresso no jornalismo aconteceu em 1965, no jornal Correio da Manhã, onde escrevia sobre cinema até 1969. Em seguida, mudou-se para Goiânia e trabalhou com serigrafia em uma agência de publicidade, até decidir retornar à sua cidade natal movido pela saudade da família e da terra.
A consagração no rádio piauiense
Em Teresina, ingressou na JL Propaganda, empresa cujo proprietário comandava também a Rádio Difusora. Foi ali que Weyden encontrou sua verdadeira vocação. Seu primeiro grande desafio foi entrevistar o então governador Alberto Silva — uma tarefa que marcou o início de sua projeção no rádio.
Weyden tornou-se uma das principais vozes da Difusora, colecionando audiência recorde. Seu programa “Das 3, simplesmente a melhor” registrou a maior audiência da história da emissora. Ele também atuou como repórter de televisão, escreveu em jornais impressos e comentou temas variados, como cinema, música, política e esportes.
Entre as grandes coberturas que realizou, destacava-se a visita do Papa João Paulo II ao Piauí, nos anos 1980, que Weyden classificava como uma das experiências mais marcantes da carreira.
Bairrismo, afeto e amor por Teresina
Profundamente apaixonado por Teresina, Weyden se declarava um defensor nato da cidade. Era conhecido por exaltar a hospitalidade dos teresinenses e a beleza das mulheres da capital. Fora dos microfones, mantinha forte devoção à família, considerada por ele sua base e seu porto seguro.
Despedida de um ícone
A morte de Weyden Cunha encerra uma era no rádio piauiense e deixa uma lacuna na comunicação local. Sua voz marcante, seu olhar sensível para as histórias do cotidiano e seu amor pela cidade ajudaram a moldar gerações de ouvintes e profissionais da imprensa.
O velório ocorre na funerária Pax União, e o sepultamento está marcado para a tarde desta sexta-feira (14/11).