Polícia

Audiências do caso Tatiana Medeiros começam nesta segunda e reúnem mais de 100 testemunhas

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Começam nesta segunda-feira (24) as audiências de instrução e julgamento envolvendo a vereadora de Teresina, Tatiana Medeiros (PSB), e outros oito acusados. Eles respondem por lavagem de dinheiro, organização criminosa, peculato e fraude eleitoral. Os trabalhos, conduzidos pela 98ª Zona Eleitoral, seguem até o dia 28 de novembro.

Ao todo, 112 pessoas foram intimadas para esta fase processual: 103 testemunhas, tanto da defesa quanto da acusação, além dos nove denunciados. O acesso do público será restrito, e apenas jornalistas previamente credenciados poderão acompanhar os depoimentos.

A etapa ocorre após a audiência prevista para 7 de outubro ter sido cancelada pela Justiça Eleitoral. Na ocasião, a defesa de Tatiana também pediu a soltura da parlamentar. A suspensão aconteceu após o Tribunal de Justiça considerar ilegal o relatório financeiro utilizado como base para investigar os crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. O documento — um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) — havia sido solicitado sem autorização judicial na fase inicial do processo, contrariando entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF).

Entenda a investigação

Tatiana foi presa em 3 de abril, após mandado de prisão preventiva expedido em 23 de março. Em 3 de junho, ela passou a cumprir prisão domiciliar, devido a questões de saúde e mediante medidas cautelares.

De acordo com a Polícia Federal, a campanha eleitoral que levou Tatiana à Câmara Municipal de Teresina em 2024 teria sido financiada com recursos ilícitos de uma facção criminosa, supostamente liderada por seu namorado, Alandilson Passos.
Em setembro de 2025, Alandilson foi transferido de um presídio de Minas Gerais para o CDP de Altos (PI).

Em outubro, o Tribunal de Justiça do Piauí determinou o relaxamento da prisão de Alandilson, acompanhando o entendimento do STF, que considerou nulo o RIF utilizado no inquérito por ter sido obtido de forma ilegal.
Apesar disso, ele permanece preso, pois responde na Justiça Eleitoral por corrupção eleitoral e ainda há outro mandado em aberto.