Polícia

Ex-prefeito Dr. Pessoa é investigado e indiciado por associação criminosa

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O Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR) da Polícia Civil do Piauí indiciou o ex-prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, além de seu sobrinho Bruno Migliano Pessoa e outros quatro servidores, por associação criminosa e fraude em sistema de informação. O grupo é investigado por cancelar 2.419 multas de trânsito sem seguir os trâmites legais, no período entre fevereiro e junho de 2024. O relatório final do inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário no dia 26 de agosto pelo delegado Ferdinando Martins.

De acordo com a investigação, o então prefeito teria autorizado o cancelamento de multas, segundo relato de seu sobrinho Bruno Pessoa, que era superintendente da Strans na época. A Polícia Civil afirma que Dr. Pessoa indicou Lucas da Rocha Lima para cargo estratégico na Gerência de Gestão de Trânsito, onde ele teria realizado 1.628 exclusões, causando prejuízo de R$ 367 mil e retirando mais de 9 mil pontos das habilitações de motoristas. Parte das exclusões foi feita fora do horário de expediente.

Além de Lucas, outros dois servidores terceirizados, Lídia Maria Felix Carvalho da Costa e Witalo de Sousa Santos, também foram indiciados. Eles teriam cancelado juntos quase 600 multas, somando mais de R$ 135 mil em prejuízo ao erário. Segundo a polícia, ambos agiam por ordem de Lucas da Rocha e dos gestores da Strans. Os dois tentaram deixar o setor ao perceberem as irregularidades, mas tiveram o pedido negado.

O relatório aponta ainda que o superintendente Bruno Pessoa e o gerente Daniel Lima Araújo foram beneficiados pessoalmente com o cancelamento de multas de seus veículos ou de familiares. Para o delegado responsável, está comprovada a autoria e a materialidade dos crimes. O caso ficou conhecido como Operação Reset, deflagrada em 23 de julho deste ano.