Polícia

Paciente trans é presa por injúria racial contra médico em UPA de Teresina

Divulgação

Um médico identificado apenas pela inicial A. registrou ocorrência que resultou na detenção da paciente trans Tatiana Vasconcelos, levada à Central de Flagrantes da Polícia Civil após ser acusada de injúria racial e desacato a servidor público.

O incidente aconteceu nesta segunda-feira (08/09) na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do conjunto Renascença, na zona Sudeste de Teresina.

De acordo com a denúncia do médico Ariel, Tatiana Vasconcelos teria feito comentários ofensivos, dizendo “olhe rápido, rápido, cuida” e que ele “não era médico, não sabia interpretar exames, ainda mais por ser negro”.

O tio do médico, vereador de Teresina Pedro Alcântara, acompanhou o caso e classificou como absurdo a aceitação de atitudes racistas. “Ela disse que não aceitava ser atendida por ele. Falou: ‘esse neguin não tem cara de médico’”, relatou Pedro, que prestou apoio ao sobrinho e acompanhou a condução à central.

Diante das declarações, o médico Ariel acionou a Polícia Militar, que atua na UPA do Renascença, e a paciente recebeu ordem de prisão, sendo levada na tarde de segunda-feira para a Central de Flagrantes da Polícia Civil.

Segundo Pedro Alcântara, que também é advogado, Tatiana passou a noite detida e nesta terça-feira (09/09) será apresentada em audiência de custódia, onde o juiz definirá se permanecerá presa ou será liberada.

Pedro ressaltou ainda que o crime de injúria racial prevê pena superior a quatro anos de prisão. “O racismo não pode prosperar neste país”, declarou.