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Saiba quem é o empresário suspeito de 'contratar' faccionados para torturar ex-funcionário em Altos

Divulgação

O empresário Edson Flor foi preso na manhã desta terça-feira (21) suspeito de contratar integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) para torturar um ex-funcionário em Altos, a cerca de 40 km de Teresina. A prisão ocorreu durante uma operação da Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), que cumpriu 32 medidas cautelares contra suspeitos de integrar a facção na região metropolitana de Teresina.

Além de Edson Flor, dois homens apontados como executores do crime também foram presos.

Quem é Edson Flor

Edson Flor é dono de um comércio e de um depósito em Altos. Segundo a polícia, ele é conhecido na cidade e também é investigado por participar de ações sociais promovidas por integrantes do PCC, como a distribuição de brinquedos no Dia das Crianças — uma prática usada pela facção para atrair jovens e ganhar influência em comunidades locais.

De acordo com o delegado André Moreno, da Delegacia de Altos, o empresário mandou torturar o ex-funcionário após acusá-lo de furto:

“Pelas nossas investigações, ele contratou dois indivíduos ligados ao PCC e torturou um rapaz que já havia trabalhado com ele. Foi uma ação bem violenta, obrigaram o homem a fazer transferências via PIX, entre outras agressões.”

A vítima sobreviveu às agressões. A polícia teve acesso a um vídeo do chamado “tribunal do crime”, onde o homem aparece sendo espancado, considerado “chocante” pelos investigadores. O delegado ainda explicou que não era a primeira vez que Edson Flor fazia esse tipo de acusação:

“Constatamos que ele já costumava acusar funcionários de furto sem provas, como forma de pressionar quem trabalhava com ele. Desta vez, ele levou a situação para outro nível, envolvendo pessoas ligadas a facções e praticando tortura.”

Operação contra o PCC

A prisão do empresário aconteceu durante uma operação da SSP-PI com apoio de diversas forças policiais, incluindo DRACO, BEPI, BOPE, FEISP, BOPAER, além das diretorias de inteligência da Polícia Civil e da SSP.

Segundo o delegado Laércio Evangelista, coordenador do DRACO, o objetivo da ação foi desarticular lideranças locais do PCC:

“Eles estavam promovendo ações sociais em bairros da periferia, tentando cooptar jovens. A operação foi para frear esse avanço e mostrar que o Estado está atento.”