O juiz Raimundo José de Macau Furtado, substituto da Vara Militar, condenou o sargento Mota a 4 anos, 2 meses e 12 dias de prisão em regime semiaberto pelo furto de um perfume Malbec, ocorrido em fevereiro de 2023, na zona Sul de Teresina. A sentença foi expedida nesta quarta-feira (15).

Segundo a decisão, o militar permanecerá em liberdade, já que respondeu ao processo solto e não há outro mandado de prisão em vigor.

Inicialmente, a pena seria de 3 anos e 6 meses de reclusão, mas foi aumentada devido ao agravante de abuso de poder e violação de dever inerente à função pública, uma vez que o sargento teria invadido a residência da vítima sem mandado judicial e utilizado uma chave falsa para cometer o crime.

“Diante do conjunto probatório, é inequívoco que o acusado praticou o crime de furto qualificado pelo emprego de chave falsa, agindo com dolo específico e de forma consciente, subtraindo bem móvel da residência da vítima e tentando ocultar a conduta mediante destruição das câmeras de segurança”, destacou o magistrado na sentença.

Nas alegações finais, o promotor Assuero Stevenson ressaltou que as provas apresentadas, incluindo depoimentos e imagens de câmeras de segurança, comprovam a autoria do crime.

“Restou suficientemente comprovado que o denunciado ingressou na residência da vítima, fora das hipóteses legais para o ingresso desautorizado, e de lá subtraiu objeto alheio móvel (perfume), empregando chave falsa para tanto”, afirmou.

O caso do perfume Malbec

O episódio ganhou repercussão em 2023, quando o militar, bastante conhecido nas redes sociais, foi acusado de furtar um perfume Malbec, da marca O Boticário, de uma casa na zona Sul de Teresina.

De acordo com o boletim de ocorrência, o sargento teria usado uma chave falsa para entrar no imóvel no dia 15 de fevereiro de 2023 e subtrair o produto. Meses depois, em 28 de julho, a vítima relatou que um policial teria retornado ao local em uma viatura e efetuado um disparo contra a câmera de segurança, na tentativa de destruir as imagens do crime.

Envolvimento em outras investigações

O nome do sargento Mota voltou a ganhar destaque em outubro de 2024, quando ele foi detido na Operação Jogo Sujo II, que investigou influenciadores que divulgavam jogos de azar ilegais nas redes sociais. Na ocasião, ele afirmou ter colaborado com as investigações e informou que os policiais apreenderam apenas o celular, o notebook e um colar de ouro.

Popular nas redes sociais, Mota compartilhava diariamente sua rotina e atividades com mais de 257 mil seguidores no Instagram, mas teve a conta suspensa pela Justiça em razão das investigações.

Com a nova condenação, o militar deve cumprir pena em regime semiaberto, podendo recorrer da decisão.