O desabamento de uma laje no bairro da Mata Escura, em Salvador, na noite deste sábado (8), matou um padre e mais duas pessoas, além de ter deixado outras oito feridas, segundo o Corpo de Bombeiros.

O padre Carlos Augusto da Cruz Silva, de 45 anos, responsável pela Igreja de São Cosme e São Damião, estava acompanhado de familiares, quando eles foram atingidos pelos destroços. As outras vítimas não tiveram as identidades reveladas.

Equipes dos Bombeiros e do Samu estiveram no local para socorrer os presos no escombro. Funcionários da Defesa Civil de Salvador (Codesal) avaliaram a estrutura do imóvel e isolaram a área para que seja feita uma “demolição das partes soltas”, segundo informações de Sosthenes Macêdo, diretor da pasta.

Padre Carlos Augusto

O Padre Carlos Augusto tomou posse na Paróquia Santos Cosme e Damião em fevereiro deste ano, em cerimônia que contou com a presença do Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Sérgio da Rocha.

Por meio de nota, a Arquidiocese de Salvador lamentou a morte do Padre Carlos Augusto. Entre os trechos do documento, falasse sobre a “dedicação e amor à Igreja que o padre Carlos Augusto sempre demonstrou em seu ministério sacerdotal, especialmente no serviço aos pobres e na animação pastoral da caridade em nossa Arquidiocese”.

Por fim, a Arquidiocese expressou “solidariedade à família do padre Carlos Augusto, às comunidades por onde ele exerceu seu ministério e a todos os fiéis que partilham deste luto”.

Confira a nota completa:

“Quem come minha carne e bebe meu sangue, possui a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 54).

A Arquidiocese de São Salvador da Bahia informa, com profundo pesar, sobre o falecimento do padre Carlos Augusto da Cruz Silva, Vigário Episcopal para o Serviço da Caridade e pároco da Paróquia Santos Cosme e Damião, ocorrido na noite deste sábado, 8 de novembro de 2025, aos 45 anos de idade.

O sacerdote estava na casa de familiares quando uma laje cedeu, ocasionando uma tragédia que resultou em feridos e vítimas fatais, entre elas o padre Carlos Augusto - ainda não temos a confirmação sobre o número de pessoas. Com o coração entristecido, unimo-nos em oração pelos familiares, amigos e por todos os atingidos por este trágico acontecimento, pedindo a Deus que conceda o consolo da fé e a esperança da vida eterna.

Recordamos, com gratidão, o testemunho de dedicação e amor à Igreja que o padre Carlos Augusto sempre demonstrou em seu ministério sacerdotal, especialmente no serviço aos pobres e na animação pastoral da caridade em nossa Arquidiocese.

Neste momento de dor, expressamos nossa solidariedade à família do padre Carlos Augusto, às comunidades por onde ele exerceu seu ministério e a todos os fiéis que partilham deste luto.

Rezemos para que o Senhor da Vida o acolha em Sua misericórdia e para que Nossa Senhora do Perpétuo Socorro interceda pelo descanso eterno das vítimas e por todos os que sofrem com estas perdas.

Assim que possível, informaremos o local e o horário da Missa de Exéquias e do sepultamento"

Desabamentos em Salvador

Um levantamento recente divulgado pela Codesal mostra que Salvador tem quase 3000 casarões antigos com algum tipo de risco de desabamento. São 2757 prédios, entre 2868, apresentando problemas estruturais; o número equivale a 96%, próximo do total compreendido.

Entre os casos recentes de desabamento de estruturas, está a morte de uma turista de São Paulo, no último mês de fevereiro, causou consternação nacional. Ela foi vítima do desabamento do teto da Igreja São Francisco de Assis, que fica no Pelourinho.

O templo é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). À época, Pedro Júnior Freitas da Silva, frade guardião e diretor da Igreja e Convento de São Francisco, relatou que o instituto havia sido alertado, dias antes, sobre a dilatação no forro do teto.

Na ocasião, o superintendente do Iphan, Hermano Fabrício, afirmou em entrevista que “o dever de conservação da igreja é da ordem franciscana”. Ele também destacou que “não existe vistoria sobre todos os imóveis tombados durante todo o tempo” e admitiu que não havia sido feitas vistorias no local.