Política
Defesa de Bolsonaro nega participação em tentativa de golpe e pede anulação de delação
15/08/2025 09:19 || Atualizado: 15/08/2025 09:19
Divulgação
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou nesta quarta-feira (13) ao Supremo Tribunal Federal (STF) as alegações finais no processo em que é acusado de liderar uma suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022. No documento, de 197 páginas, os advogados afirmam que não existem provas ligando Bolsonaro a planos para prender ministros do STF ou aos atos de 8 de janeiro de 2023. A acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) é considerada “absurda” e baseada em suposições.
Os defensores argumentam que a denúncia mistura fatos distintos e presume a liderança do ex-presidente sem apresentar elementos concretos. O texto destaca que não há decreto assinado, pedido de movimentação de tropas ou ordem de prisão contra autoridades. Para a defesa, mesmo a existência de uma minuta de decreto em estudo não configuraria crime por não ter sido assinada nem colocada em prática.
A peça também solicita a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, alegando que ele omitiu informações, apresentou versões contraditórias e descumpriu acordos judiciais. Os advogados afirmam que Bolsonaro assegurou a transição de governo e evitou confrontos, inclusive em áreas militares. Testemunhas ouvidas no processo relataram que, no fim de 2022, ele enfrentava problemas de saúde e dificuldades de locomoção.
Com a entrega das alegações finais, o ministro Alexandre de Moraes deve encaminhar o processo para julgamento na Primeira Turma do STF, presidida pelo ministro Cristiano Zanin e formada também por Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux. A expectativa é que a análise ocorra em setembro e envolva Bolsonaro e outros acusados do chamado núcleo 1 da denúncia, que inclui Mauro Cid e ex-integrantes do governo.