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Divulgação
Uma rede de transações financeiras milionárias e um possível conflito de interesses chamam atenção em Barras, envolvendo a prefeitura, comandada pelo prefeito Edilson Sérvulo de Sousa, conhecido como “Edilson Capote”, e a construtora Liderança Construtora LTDA.
A empresa, sediada em Miguel Leão, tem como sócios Clemilton Monteiro Barras, vigia municipal, e Evaldo Roberto Silva, Ouvidor-Geral – ambos servidores comissionados da Prefeitura de Miguel Leão. O contraste é gritante: enquanto exercem funções públicas com carga horária integral e salários de R$ 1.583,00 e R$ 2.000,00, respectivamente, a empresa de sua propriedade recebe vultosos valores da Prefeitura de Barras.
Segundo dados do Tribunal de Contas do Estado, em 2023 a construtora recebeu R$ 853.877,51 da administração municipal. Em 2024, o valor saltou para R$ 3.107.717,67, um aumento de 264% em relação ao ano anterior. Em 2025, até o momento, a empresa já faturou R$ 2.079.977,92, totalizando R$ 6.041.573,10 em menos de três anos.
O contraste entre os salários dos sócios e os valores recebidos pela construtora é impressionante: a renda anual combinada dos dois funcionários públicos é de R$ 42.996,00, o que significa que o montante pago pela prefeitura é cerca de 1.680 vezes maior. Além disso, levanta-se a dúvida sobre como é possível administrar uma empresa de grande porte enquanto se cumpre uma jornada completa na administração pública.
Especialistas apontam que a situação pode configurar violação de princípios básicos da administração pública, infringindo a Lei de Improbidade Administrativa, o Código de Ética dos Servidores e a Lei de Licitações, que visa garantir transparência e competitividade nos contratos públicos.
O crescimento acelerado dos contratos da Liderança Construtora também desperta questionamentos sobre possíveis favorecimentos ou direcionamentos nas licitações, o que comprometeria a eficiência, a transparência e a correta aplicação dos recursos públicos.
A população de Barras espera respostas claras sobre como funcionários com salários modestos conseguiram gerir uma empresa com faturamento milionário. O caso reforça a necessidade de investigação rigorosa para assegurar que os recursos públicos sejam usados com probidade e respeito às normas que regem a administração pública.