A vereadora Tatiana Medeiros, presa na Operação Escudo Eleitoral, continua recebendo salários da Câmara Municipal de Teresina (CMT), mesmo sem exercer funções parlamentares. Desde abril, quando foi afastada por decisão judicial, já foram pagos R$ 123.773,95 em vencimentos, segundo dados oficiais. Atualmente, o subsídio bruto de um vereador na capital é de R$ 24.754,79.

Prisão e afastamento

Tatiana foi presa em 3 de abril e permaneceu sob custódia até junho, quando teve a prisão convertida em domiciliar. Nesse período, cinco salários foram repassados à parlamentar, apesar de não exercer atividades legislativas. Ela é investigada por possíveis crimes eleitorais e financeiros.

Conversão para prisão domiciliar

A defesa apresentou relatórios médicos que indicaram um quadro psiquiátrico grave e risco de suicídio, o que levou a Justiça a converter a prisão preventiva. A juíza responsável destacou que a condição da vereadora não estava sendo devidamente tratada no Estado-Maior do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Piauí, onde ela cumpria a detenção.

Decisão do Tribunal de Contas

No fim de junho, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) autorizou a manutenção dos pagamentos, atendendo a solicitação da Câmara de Teresina. O parecer serviu como respaldo jurídico para evitar que a Casa incorresse em violação da Lei de Responsabilidade Fiscal ao suspender os repasses.

Dupla folha de pagamento

Com a decisão, a Câmara passou a pagar salários de dois parlamentares: a própria Tatiana Medeiros, afastada por medida cautelar, e o suplente Leôndidas Júnior (PSB), que assumiu a cadeira enquanto ela segue impedida de exercer o mandato.