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Chef morre com suspeita de calazar em Parnaíba; caso acende alerta para cuidados com a doença

Divulgação

Micael Morais, de 30 anos, faleceu nesta terça-feira (5) com suspeita de leishmaniose visceral, conhecida popularmente como calazar, no município de Parnaíba, litoral do Piauí. Natural do Ceará, Micael atuava como chef e consultor gastronômico em um restaurante da região, onde era bastante querido por colegas de trabalho e clientes.

Segundo nota divulgada pelo restaurante nas redes sociais, Micael estava internado para investigar problemas de saúde quando recebeu o diagnóstico da doença. Durante o período de internação, contraiu uma bactéria, o que agravou seu quadro clínico. Ele não resistiu às complicações.

Ainda conforme a nota, o cachorro de Micael, que também teria sido diagnosticado com calazar, morreu dias antes. A principal suspeita é que o jovem tenha contraído a doença a partir do contato com o animal infectado.

Em sinal de luto, o restaurante onde ele trabalhava informou que não abrirá as portas nesta quarta-feira (6).

Sobre a doença

A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa grave, causada pelo protozoário Leishmania chagasi, transmitido ao ser humano e aos animais domésticos por meio da picada do mosquito-palha (espécie Lutzomyia longipalpis). A enfermidade pode ser fatal se não for diagnosticada e tratada a tempo.

Entre os principais sintomas estão febre prolongada, perda de peso, fraqueza, aumento do fígado e baço, além de anemia.

Cuidados e prevenção

Autoridades de saúde alertam para a importância da prevenção da leishmaniose, especialmente em áreas endêmicas como o litoral do Piauí. Entre as principais medidas estão:

  • Uso de coleiras repelentes em cães, principal reservatório doméstico do parasita;

  • Evitar o acúmulo de matéria orgânica no quintal (folhas, lixo, restos de alimentos), pois atraem o mosquito vetor;

  • Instalar telas de proteção em portas e janelas;

  • Levar os animais domésticos regularmente ao veterinário para exames;

  • Buscar atendimento médico imediato ao apresentar sintomas suspeitos;

  • Campanhas de controle vetorial promovidas por órgãos públicos de saúde devem ser acompanhadas e apoiadas pela população.

A leishmaniose visceral é uma doença silenciosa e perigosa, e casos como o de Micael reforçam a necessidade de vigilância, diagnóstico precoce e ações de combate ao mosquito transmissor.