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Divulgação
O juiz Marcus Klinger Madeira de Vasconcelos, plantonista do Núcleo de Plantão, decidiu manter a prisão temporária da influenciadora digital Ana Azevedo, detida no último dia 30 de abril durante a deflagração da Operação Faixa Rosa, conduzida pelo Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). A decisão foi proferida após a realização de audiência de custódia.
Além de manter a prisão temporária, o magistrado determinou que, após o término desse período, Ana Azevedo deverá cumprir uma série de medidas cautelares. Entre elas, estão: comparecimento mensal à Justiça; proibição de deixar a comarca sem autorização judicial; recolhimento domiciliar noturno, das 22h às 6h; e uso de tornozeleira eletrônica por um período de seis meses.
“Tais medidas se referem à apuração dos crimes de posse ilegal de arma de fogo e receptação, e deverão ser cumpridas após decorrido o prazo da prisão temporária decretada, caso não esteja presa cautelarmente por outros processos”, pontuou o juiz na decisão, à qual a reportagem teve acesso.
Durante a audiência de custódia, Ana Azevedo afirmou ter sido alvo de maus-tratos no momento da abordagem policial que resultou em sua prisão. Após a audiência, a influencer foi encaminhada ao presídio feminino.
Deboche nas redes sociais
Presente nas redes sociais com mais de 58 mil seguidores no Instagram, Ana Azevedo gravou um vídeo debochando de sua prisão logo após ser detida. “Um beijão a todos os meus seguidores. Gente, já já tô de volta, viu, meus amores? Me aguardem. Me deem forças nos comentários. Eu sei que já vai sair nas páginas, né?! Minha mãe vai pegar eles [filhos], viu? Vão ficar bem cuidados”, declarou, em tom de ironia.
A Polícia Civil do Piauí afirma que Ana utilizava sua visibilidade nas redes sociais para recrutar jovens para integrar uma facção criminosa. Ela também é suspeita de envolvimento direto com o chamado “tribunal do crime”, que determina punições como execuções e sessões de tortura a mando da organização.
O coordenador do Draco, delegado Charles Pessoa, repudiou a postura da influencer. “Esses influenciadores ou influenciadoras envolvidos com o crime organizado tentam disseminar essa cultura criminosa, mas estamos atentos e não iremos tolerar. Quando ela entender realmente o significado de uma cadeia, com certeza vai mudar de ideia. Estamos em total sintonia com o Poder Judiciário e o Ministério Público”, afirmou.
Operação Faixa Rosa
A Operação Faixa Rosa tem como alvo o cumprimento de 34 mandados judiciais, sendo 15 de prisão temporária e 19 de busca e apreensão. As medidas são resultado de desdobramentos da Operação DRACO 198, deflagrada em março, que resultou na apreensão de um celular vinculado a uma integrante do núcleo feminino da facção.
A análise do dispositivo revelou a existência de uma estrutura hierarquizada e organizada, com participação ativa de mulheres. Um dos grupos de WhatsApp identificados chama-se "A LUTA NÃO PARA", onde foram encontradas mensagens, cadastros de membros, estatutos e ordens internas da facção.
Os mandados foram cumpridos em diversos bairros de Teresina, como Todos os Santos, Santo Antônio, Monte Castelo, Dirceu II, Lourival Parente, Areias, Parque Jacinta, entre outros, além das cidades de Timon (MA), Demerval Lobão e Nazária (PI).