Polícia

Pai que matou 4 filhos para se vingar de ex-companheira é condenado a 175 anos de prisão

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David da Silva Lemos, de 31 anos, foi condenado a 175 anos de prisão pelos assassinatos de seus quatro filhos. A sentença foi proferida na noite de quarta-feira (14) pelo Tribunal do Júri em Alvorada, que atendeu à denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS).

O crime aconteceu em dezembro de 2022, em Alvorada. Os corpos de Yasmin, de 11 anos, Donavan, de oito, Giovanna, de seis, e Kimberlly, de três, foram encontrados dentro de casa, no Bairro Piratini. Três apresentavam marcas de facadas, e uma, sinais de asfixia. Segundo a denúncia, David teria utilizado a morte dos filhos para se vingar da ex-companheira, pois não aceitava o fim do relacionamento.

O julgamento do caso durou dois dias. Ao todo, foram ouvidas uma perita judicial e 10 testemunhas, incluindo a mãe das crianças, que disse que se separou de David após ter sofrido uma agressão física. Na época, ela chegou a registrar um boletim de ocorrência e conseguiu uma medida protetiva.

O réu usou o direito constitucional de permanecer em silêncio, e não foi interrogado. Durante a sessão, a defesa apontou para a falta de provas técnicas suficientes para a condenação. Para os advogados, por motivo não sabido, David teria confessado para proteger o verdadeiro autor do crime. "Um crime extremamente cruel e monstruoso. Mas não concordo com a imputação de autoria do réu”, disse.

No final, o júri decidiu pela condenação de David. A pena de 175 anos de prisão se refere a três condenações por homicídios triplamentes qualificados, incluindo motivo torpe, meio cruel e asfixia, e um por homicídio quadruplamente classificado. Ele não poderá recorrer da pena em liberdade.

“A decisão reforça a gravidade dos crimes cometidos por Lemos, que utilizou a morte dos filhos como instrumento de sofrimento contra sua ex-companheira. A condenação de 175 anos de prisão representa uma das mais severas penas aplicadas pelo Judiciário gaúcho, refletindo a brutalidade do caso e a necessidade de justiça para as vítimas e seus familiares”, disse o MPRS.